27 de jun. de 2016

ainda há tempo





























Depois do sumiço da Ana Maria, a menina (aos 12 anos) reassumiu que ainda brinca de boneca. Falei pra ela não se envergonhar porque isso é algo que não se resgata. Depois de um tempo, se brinca de verdade de ter filhos. Eu mesma engravidei dela aos 18 sem querer querendo e sempre pensei nisso. 
Já havia reparado que algumas amigas dela quando nos visitam, começam as brincadeiras na maquiagem ou nos esmaltes e a brincadeira termina com as bonecas sendo tiradas do armário até a outra mãe chega pra buscar. 


Tudo começou com o pedido da menina pra consertar o zíper quebrado desses saquinhos de dormir das bonecas antigas:


Por que ela me pediria aquilo, se ja afirmava que não se interessava mais pelas bonecas? E claro, andei incentivando a menina e comecei com bonecas disfarçadas de almofada. E assim foi:









































20 de jun. de 2016

porta tudo


A semana foi cercada de projetinhos pra comportar coisinhas que ligeiramente me incomodavam. Como uma gaveta cheia de coadores de papel sem embalagem. Não encontrar a embalagem perdida e observar meus pegadores de panela (que nem usados são, só servem de decoração, reconheço), me fez surgir a idéia de fazer mais um daqueles projetinhos que nem são tão necessários, mas pelo menos deixam algo mais bonitinho.


O viés ainda é um pesadelo na minha vida. Essas pequenices costurísticas desnecessárias servem pra praticar a costura e melhorar o ponto e o acabamento.

Falando nele, ele se fez necessário aqui pra fechar o porta CD e DVD do menino, que ganhou muitos filmes infantis em português do tio (bons pra praticar a língua da mãe), não deixando-os largados e riscados pela estante da sala.

































Também ganhei (de mim, rs) uma versão mais simples e mais parecida com o porta CD maluco que fiz pra menina há 3 anos. (!!! Parece que foi ontem). 3 anos se passaram e continuo odiando viés!
Esse foi mais pra guardar com carinho as cópias das temporadas de Game of Thrones dadas a mim pelo meu irmão, já que me propus a assistir e estou adorando e viciando, como toda a humanidade e me sinto menos deslocada quando falam dessa série porque não tenho HBO em casa (nem vejo TV direito, pra ser sincera).






























Falando em passar raiva na máquina de costura, depois de ter feito essa casa de botão horrorosa ali em cima, foi a vez de passar nervoso com o zíper dessa baleia que comportou doces no presente de aniversário do amiguinho do filho. Me inspirei no projeto dessa criativa costureirinha para rechear melhor o pacote do presentinho dele. Foi feito às pressas ontem pela manhã, mas arrancou um sorrisinho dele ao abrir, pagando assim o esforço que tive com esse zíper aí... =) 



 ♥

13 de jun. de 2016

garagem de menino

Na ida ao Brasil, mais carrinhos foram acumulados. Sempre pisamos em um pelos corredores de casa e observando um modelo como esse que minha mãe mandou para nós por correio uma vez justamente para a mesma finalidade, preparei essa garagem de menino para organizar os carrinhos.




Como o quarto do menino é bem pequeno e apertadinho, o jeito foi adequar ao espaço que eu tinha. Visto que nem as paredes mais estão disponíveis quase, com quadros ou prateleiras, foi ali, pertinho dele, no degrau da beliche que foi encontrado o novo lugar do meu ultimo projetinho.







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E aqui a feita pela mamãe anos atrás:




6 de jun. de 2016

contém saudade

A estadia no Brasil foi curta mas vivida muito intensamente. Foi uma viagem muito emocional e que encontrei não apenas todos aqueles que amo e que sentia muita falta mas também a mim mesma. Logo no primeiro dia, pedi pra minha mãe para revirar as coisinhas de costura dela, já que da última vez ganhei muitos aviamentos que ela não usaria mais. O primeiro contato com seu novo cantinho de costura foi emocionante. De cara vi as linhas pelo chão, senti o cheiro do pó de corte de tecido novo. Sentar na frente da máquina industrial dela de novo, onde aprendi a costurar (e não com uma pequena Singer como a maioria) foi interessante. Um pouco desconfortável pra mim, tão acostumada à minha mesinha na minha sala de estar, sem aquela mesa enorme da minha mãe, cabos, correntes, os pedais enormes, o motor tão grande. Minha mãe costura pouco, menos do que antigamente e voltada para suprimir metas de uma pequena confecção da região especializada em uniformes, então ela trabalha em casa. Sempre trabalhou em casa.

Ali sempre a ajudei nas pequenas coisas como a cortar as etiquetas que descrevem o tamanho das roupas. Etiquetas essas, que vêm em rolos para nossa casa mas são costuradas às golas em unidades, precisando portanto, serem cortadas com tesoura uma a uma, o que atrasa o trabalho de uma costureira que trabalha em casa, com 4 filhos, marido, cachorro, netos e tantos outros afazeres.
A vida toda eu auxiliei ela a fazer esses pequenos serviços: passar entretela nas golas e punhos, cortar etiquetas, desvirar peças, cortar sobras das linhas penduradas e daí sentei na Overlock, já que a máquina "reta" era sagrada. Só ela sentava lá, acho que ela nunca confiou muito em mim pra máquina "reta" (reta porque o ponto é reto, a máquina não oferecia pontos diversos como zigue-zague). Então ia brincando sozinha na reta sem necessariamente ajudar nas roupas a serem entregues. 



Foi aqui na Alemanha, encurtando uma cortina nova com a Singer portátil da minha cunhada que meu marido viu meus olhos brilharem ao manusear a máquina da irmã dele. Meses depois, ele não teve dúvida, me deu uma máquina de costura de presente e de surpresa, no meu primeiro aniversário vivido aqui na Alemanha. Foi o presente mais sentimental que ganhei na minha vida. Nada ainda superou isso.
De primeiro ela serviu pra reparos, até que comecei a brincar com ela. A oferta magnifíca de tecidos com estampas muito coloridas e criativas daqui, além da atitude Do-it-Yourself alemã fizeram com que eu corresse muito atrás de inspiração e a fonte disso foi a internet e assim nasceu o blog. 




Portanto, quando sentei naquela cadeira e fui mexer em suas caixas, ao ver os rolos das etiquetas, eu desabei de chorar. Foi instantâneo e inevitável. Me senti uma tonta chorando ao segurar rolos de etiqueta com a letra P. Parecia ridículo, mas me levou a minha infância de imediato, quando cortava aquelas etiquetas para ela quase que diariamente depois da escola. Foi ali que tudo começou. Me arranca um sorriso do rosto e olhos lacrimejam só de descrever esse momento.


E ela, que pediu apenas que eu mandasse um aplicador de botões de pressão que para ela seria mais barato que comprar em São Paulo, vai receber essas coisinhas desse post que preparei para ela e ela nem está sabendo. Recentemente foi aniversário da minha mãe e sou tão grata a ela por ter descoberto a costura com ela, que aqui me deixa tão perto dela mesmo longe.




A casinha de madeira acima foi trazida na mala e também me faz voltar à infância porque ela, apesar de servir pra decoração já tendo abrigado desde bonequinhos até mini garrafas de bebidas de marcas famosas, foi nela que brinquei de boneca quando era menina quando ela estava descoupada, ou seja, já teve muito sofazinho, caminha e banheira nessa casinha. Ainda não foi pendurada na minha parede mas já achei o que colocar nela.