Uma das amigas mais importantes da minha vida completou 40 anos essa semana. Bem no dia de seu aniversário e eu, uma jovem senhora e por isso, de memória já comprometida (hehehe), esqueci que era aniversário dela e lembrei horas antes da passadinha dela aqui em casa pra eu trocar um zíper quebrado de uma calça. E eu sem presente, cheia de coisas a fazer naquele dia de "folga" e pensei: "O que fazer? Preciso COMPRAR algo pra ela, COMPRAR algo que ela goste, COMPRAR que a surpreenda, COMPRAR que me satisfaça, COMPRAR algo que ela se identifique e que tenha cara de presente bom."
Juro que não é preguiça ou pão-durice, mas ando descomplicando a vida e essa é uma das coisas que eu queria ter mais à mão nessa vida.
Então, pensei nela, que não come açúcar, farináceos, adota uma dieta low carb e paleolítica. Chocolate, nem pensar. Ela estava pra chegar e pensei que como ela estuda pra ser Heilpratikerin (que nada mais é que uma médica sem diploma de medicina, que usa de alimentação funcional e terapia para curar seus pacientes), o presente vai ter que ter outro valor.
Plantei então rapidamente mudinhas de ervas que eu já tinha em pequenos vasos:
Já que ela não come mais muita coisa, então vai mato mesmo! ;)
Corri na floricultura e pedi flores diversas, sendo assim a única coisa que comprei.
Coloquei na jarra d'água e numa caixa de frutas, dessas de feira, quando compramos uma quantidade muitos morangos ou tangerinas...
Enfeitei com lavandas de feltro que já passaram por aqui:
Só pra dizer que tem algo meu aí, já que fiz essas lavandas e nunca usei. Ficaram guardadas à espera de algo. Acima, um comparativo de uma lavanda do meu jardim com a minha de feltro. Idênticas, não? :)
Ainda tinha espaço na caixa e eu olhando pra estante de livros que eu tinha. Lembrei de um comentário dela que nunca leu O Mundo de Sofia, de Jostein Gaardner. Coloquei o livro junto na caixa com um envelope que dizia que ali eu a presenteava algumas das coisas mais importantes da vida: as flores (alguma beleza a se apreciar e pra inspirar), saúde ( com as ervinhas que ela tanto estuda e aromatizam nossas refeições) e sabedoria, porque olha, aos 20 anos quando li O Mundo de Sofia, concluí que qualquer pessoa que não entenda muito de filosofia, ela aprende de tudo um pouco neste livro.
Enquanto procurava enfeites nas minhas coisas, encontrei essa fitinha que ganhei de um pacote de produtos da marca Natura, cujos dizeres combinaram com o presente...
...que foi junto no arranjo das flores:
Foi um alívio. Ela adorou e ainda pediu mais plantinhas do meu jardim. Enfim, um presente de verdade. Refleti ali sobre o valor dos presentes. Sobre o quanto presenteamos apenas para não faltar com as pessoas, pensando no que elas vão pensar, se vão aprovar um presente que não tem muito valor em dinheiro agregado, que muitas vezes são dados por uma certa obrigação social e cultural e não por um sentimento, uma identificação atribuída à pessoa. O quanto gastamos um dinheiro enorme pra impressionar, às vezes com uma embalagem repleta de material descartável, não reutilizável. Por que apelamos tanto ao dinheiro se a simplicidade pode descomplicar e tocar o coração da pessoa que o recebe?
Depois ela me contou que não fui a única que dei plantas e ervas. Tá vendo? Bora descomplicar.
Que presente mais lindo! Carinho e amor em cada detalhe :)
ResponderExcluirFiquei apaixonada pela tua sensibilidade <3
Olá Pri, já reflecti muito sobre isso também : a obrigação de dar presentes. Pessoalmente recebo muito poucos, até mesmo da minha família. Ente nós, eu, marido e filhos preferimos em ocasiões especiais fazermos um passeio ou algum programa diferente em vez de nos presentearmos. Temos tudo, temos demais, e esses presentes especiais, pensados para uma certa pessoa, têm muito valor. É tempo e carinho investido ali, e isso não tem preço! Bj
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